Inaugura no dia 5 de maio a primeira exposição individual do artista paulista, Felipe Cohen, na galeria. Intitulada “Sol que abre o céu”, a mostra reúne 3 séries de trabalhos: 8 pinturas da “Série Pálpebras”, 4 vitrines da “Série Poente” e 3 esculturas inéditas da série “Linha do tempo”. Todas as séries citadas acima tratam a paisagem como um corpo físico, onde os elementos que os integram se relacionam de forma a remeter aos primeiros e últimos instantes do dia.

Sobre o título, a ideia surgiu da forma como o sol aparece nas 3 séries em questão. Nas pinturas, pela luminosidade e pela forma; as áreas que representam o sol parecem ser aberturas de luz na superfície das telas. Nas peças tridimensionais, isso aparece com as inserções das formas em feltro claro que interagem com os outros materiais ora reflexivos, ora escuros e opacos. Sobre os materiais, Cohen utiliza o feltro por sua opacidade, luminosidade e “temperatura”. E obviamente pelo contraste interessante com as pedras polidas e a transparência dos vidros das vitrines.

Além dessas oposições entre os materiais, todas as peças surgem da relação entre formas circulares e linhas retas que as atravessam, criando duplicidades ou continuidades. Dessas formalizações, os trabalhos estabelecem tensões que enfatizam a paisagem como um organismo. Ou seja, relacionam os elementos envolvidos numa paisagem de pôr do sol, por exemplo, de forma a criar uma dependência física entre eles, como um corpo onde as partes se justificam no todo.

Desde o início de sua carreira artística, em 2001, o trabalho de Felipe Cohen se fundamentou nas relações projetivas do desenho e da escultura. Sua prática se desenvolve a partir da tensão entre as formas tradicionais e contemporâneas, com o intuito de reinterpretar e atualizar o sentido dos materiais usados em suas obras.

Entre algumas exposições que Cohen participou, destacam-se: Pinacoteca: acervo, Pinacoteca de São Paulo (2020), Arte Contemporânea no acervo do Museu de Arte de São Paulo (2019), Past/Future/Present, Phoenix Art Museum (2017), Troposphere, Beijing Minsheng Art Museum (2017), Imagine Brazil, Musee d’art contemporain de Lyon (2014) e 8 Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2011).

Foi indicado ao Prêmio Pipa em 2010, 2012, 2013 e 2016 e foi finalista do prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça, em 2011. Recebeu o prêmio Illy SustainArt em 2016, entre outros.